A EDUCAÇÃO QUE TEMOS, E A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS
É impossível referir-se sobre o presente ou o futuro, sem se valer do passado sempre que discutimos o destino que queremos dar para a escola em nossos projetos deparamos com esta questão: qual a escola que queremos? Em meio a todas as propostas a que parece hegemônica é aquela que afirma o desejo de “formar cidadãos críticos para viverem em sociedade” Mas será que nesta discussão tomou-se como parâmetro o modelo de sociedade vigente, ou o modelo que se deseja, e ainda qual a relação existente entre educação e sociedade? Partindo deste ponto e a título de colaboração para futuras discussões e entendimentos, procura-se alinhavar alguns dos muitos pontos desta relação.
No entanto, a realização do tempo que nos resta para viver está amarrada as condições do presente. Desejos que não nasce do nada, mas que, mesmo voltados para o futuro, estão enraizados no passado e no presente encontram impregnados das avaliações a cerca dos ideais cumpridos, dos parcialmente alcançados e dos desejos frustrados que não podemos realizar e que projetamos no tempo vital futuro de cada um, e das futuras gerações. Um aspecto essencial da educação é o projeto e isso distingue a importância de certo imaginária individual e coletiva que o configure e dê força de projeção futura.
De acordo com a perspectiva o futuro da educação e anunciar os desafios que nos propõe não tem muito sentido. Mas é importante, analisar as continuidades das imagens do passado, as do presente e as suas projeções no futuro.
A educação como redenção, compreende que a sociedade é um todo orgânico e harmonioso onde vivem os indivíduos. Mas há os que por algum motivo estão à sua margem, é tarefa da educação incluí-los através da formação de sua personalidade, do desenvolvimento de suas habilidades e dos valores éticos.
Desta forma, a finalidade da educação é a adaptação do indivíduo à sociedade. Quase que exterior à sociedade interfere nos destinos do todo social, dando soluções para os males da sociedade. Assim há um “otimismo pedagógico” ao se pretender que a marginalidade é um problema que a educação pode resolver, mas a escola por melhor que seja, sozinha, não consegue dar conta de tudo a que se propõe. Cabe, pois à educação a recuperação da harmonia perdida. A remissão da sociedade está nas mãos da educação.
Entretanto, podemos definir a educação como transformação da sociedade. Esta concepção compreende a educação como mediadora de um projeto social. Não redime nem reproduz a sociedade, mas constitui-se de um meio para realizar um projeto de sociedade. Numa visão crítica compreende que pode trabalhar pela democratização da sociedade com seus determinantes e condicionantes e pela sua transformação política, social e econômica. Como é crítica poderá, através desta mediação, servir a um projeto de libertação das maiorias dentro da sociedade, que utiliza as suas próprias contradições para trabalhar pela sua transformação.
Expressa na construção dos princípios de respeito mútuo, justiça, diálogo e educação seja uma reflexão sobre as diversas atuações humanas e que a escola considere o convívio escolar como base para aprendizagem, não havendo descompasso entre "o que diz" e "o que faz". Assim, o tema transversal “educação no século XXI”, traz a proposta de que a escola realize um trabalho que possibilite o desenvolvimento da autonomia moral. No convívio escolar, o aluno pode aprender a resolver conflitos em situações de diálogo, podendo através do convívio torna-se cidadão, ser solidário ao ajudar e ao ser ajudado, pode aprender a ser democrático quanto tem oportunidade de dizer o que pensa, submeta suas idéias ao juízo dos demais e saber ouvir as idéias ao juízo dos demais e saber ouvir as idéias dos outros.
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